A questão maior para as cidadanias ativas brasileiras diante
da difícil conjuntura carrega um duplo desafio. De um lado, conter e desmontar
a ameaça fascista mais imediata. De outro e ao mesmo tempo, renovar a
perspectiva democrática e lhe dar bases mais sólidas e virtuosas como processo
transformador do capitalismo neoliberal à la brasileira e como modo de
construir uma sociedade mais justa e sustentável, de direitos iguais na
diversidade. Trata-se de um processo longo e profundo, para muitas gerações,
mas que precisa ser encarado desde aqui e agora, como nosso compromisso
existencial. Assim visto o desafio, precisamos ter presente que a tarefa é um desconstruir
para construir, ou, construir destruindo. A democracia em frangalhos a que
chegamos não é renovável pura simplesmente, pois está profundamente contaminada
e esgarçada. Ela necessita de transformações profundas, que não foram
realizadas no Brasil a partir do fim da ditadura militar e da conquista da
Constituição de 1988. Felizmente, não voltamos à estaca zero, mas chegamos
perto com os retrocessos que aconteceram após o golpe de 2016 e nos levaram ao
desastroso governo de extrema direita e pregação fascista. O fato é que hoje
sabemos mais onde incidir, o que precisa
ser feito e como fazer, apesar dos limites estruturais e políticos.
Tão grave e urgente desafio não pode ser enfrentado sem
situá-lo num contexto maior de crises de ordem econômica, social, geopolítica e
civilizatória do capitalismo nesta encruzilhada histórica. Esta advertência não
é para desestimular a luta, mas para ter presente os múltiplos processos de
interdependências e contradições de toda ordem, do local ao mundial. Teremos
que explorar estrategicamente as possibilidades de nossa ação nos limites
históricos dados de hoje, para criar maiores possibilidades de sucesso no
futuro. Cuidar de gente é uma perspectiva radical e transformadora para um modo
de fazer democrático de alta intensidade em face do capitalismo. Mas como
cuidar de gente com todas as adversidades estruturais, econômicas, sociais,
culturais e políticas existentes?
A perda de intensidade da referência política democrática
pelo mundo se deve à hegemonia do neoliberalismo desde as décadas de 1970 e 1980,
como base do capitalismo globalizado controlado pelas grandes corporações
econômicas e financeiras. Trata-se da hegemonia de um capitalismo de
acionistas, de especuladores nos grandes mercados, que priorizam a acumulação
de valores e não a produção de bens e serviços necessários para se viver, não
importa a que custo social, ecológico e político. Aí cabe destacar o crescente
papel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, desde os anos 1970, como centro de
encontro de magnatas e asseclas e referência para a consolidação da hegemonia
neoliberal. Isto tudo se apoiou também nos financiamentos de grandes empresas
globalizadas direcionados a centros pensantes não governamentais e grandes
escolas de economia, como a de Chicago, como difusores do neoliberalismo, tornando-o
um modo de pensar e viver legitimador do capitalismo. Mais, forjou-se o chamado
“consenso de Washington”, que transformou as instituições multilaterais – FMI,
BM, a nascente OMC e a própria União Europeia – em forças promotores do
neoliberalismo e esvaziou de vez o projeto multilateral da ONU para evitar a
guerra, criada no pós II Guerra Mundial.
O neoliberalismo não dispensa o Estado. Pelo contrário, propõe
o ajuste fiscal e das políticas às necessidades do livre mercado e dos
interesses dos grandes controladores de empresas e bancos, minimizando tudo o
que se refere ao bem estar social. Ao se tornar hegemônico em escala mundial, o
neoliberalismo fragilizou as conquistas de direitos humanos, as políticas
sociais e as regulações democráticas de todo tipo. Um aspecto relevante a se
ter presente é o quadro de disputas geopolíticas e econômicas que se gestou a
partir das transformações engendradas pelo neoliberalismo, como o fim da Guerra
Fria (1989) e da bipolaridade que dividia o mundo desde a II Guerra Mundial.
Guerras pontuais pelo mundo passaram a ser uma constante como modo de exercer
hegemonia e defender a globalização capitalista sob o manto imperial dos EUA. Refugiados
e migrantes se multiplicaram aos milhões abrindo uma nova crise nas relações
internacionais e globais. A extrema desigualdade social gerada, para dentro e
entre países, e a intensa destruição ecológica, com a crise climática chegando
a um ponto de não retorno, estão nos
levando uma crise civilizatória
planetária sem precedentes. Estamos diante do risco de colapso do planeta Terra
e da própria humanidade.
São muitas as contradições sociais que a hegemonia do
neoliberalismo vem amplificando para os 1% mais ricos e o domínio absoluto do
capitalismo. As alternativas democráticas, que geraram alguma esperança, também
não foram tão vigorosas assim. Mesmo a democracia social com o Estado de Bem
Estar, do após II Guerra, com sua convivência regulada do capitalismo, sem
transformações estruturais mais contundentes, não resistiu à investida do
neoliberalismo e ao desmonte de importantes conquistas de direitos, pois
dependentes do crescimento do próprio capitalismo. Uma contradição em si,
limitadora política da democracia. O socialismo real, comandado por um poder burocrático
fossilizado e dominante no comando do Estado, autoritário a seu modo, foi
incapaz de responder às insatisfações e demandas de suas próprias populações e
se rendeu ao capitalismo neoliberal, em 1989. Parecia que as alternativas a
isto tudo haviam sumido por completo.
O slogan síntese de domínio neoliberal é exatamente este: “não
existem alternativas”. Ele foi cunhado por Thatcher, que conduziu o poder com
mão de ferro, impondo as reformas necessárias no Reino Unido, para esta nova
etapa do domínio capitalista. Reagan fez o mesmo nos EUA. Aliás, desde a década
de 1970, os EUA financiaram golpes e ditaduras pelo mundo, quando necessário,
para garantir a hegemonia neoliberal e seu poder imperial. Nesta visão
política, o que importava e ainda importa, pois continua, é a total sujeição às
regras do “livre mercado”. Indicadores como IDH e Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, promovidos pela ONU, apontam problemas e boas intenções, pois são
adaptações e concessões das classes dominantes inconsequentes, na medida que
são incapazes de gerar decisões políticas multilaterais impositivas. O
“capitalismo verde” é o que o nome anuncia, uma maquiagem do neoliberalismo
capitalista. O que conta, e muito, para os especuladores acionistas são os índices econômicos de crescimento,
especialmente das ações em Bolsas de Valores, como Wall Street e das principais
praças financeiras do mundo eurocêntrico. Para as sociedades, os epeculadores,
com olho no situação fiscal, vem propondo menos Estado e menos políticas
sociais, não importa a quantos atinge e onde. Na visão do neoliberalismo, só
contam indivíduos e suas capacidades em buscar o seu próprio interesse, com um
exacerbado individualismo, como medida do sucesso. O problema do profundo
fracasso em termos sociais do neoliberalismo é diagnosticado como devido a um
suposto excesso de Estado e falta de mais e mais mercado, visto como a única
forma capaz de gerar crescimento (definido como desenvolvimento!) e bem estar
social duradouro. Só que os fatos e as análises apontam como probabilidade
maior a catástrofe humanitária e planetária como resultado da continuidade
deste modelo.
Mas, falando em democracia, onde estavam as classes
trabalhadoras, os movimentos sociais, os fóruns e redes de cidadania, locais,
nacionais, regionais, mundiais em face da hegemonia neoliberal e seu avanço
sobre o mundo inteiro? Enfim, está é também uma questão incontornável para as
cidadanias ativas – na minha definição - se queremos pensar a democracia diante
do neoliberalismo. Afinal, afirmo e
reafirmo que as cidadanias ativas são as únicas forças inspiradoras e capazes
de instituir e constituir democracias voltadas para cuidar de gente. Isto as
cidadanias o fazem disputando concepções, valores, propostas no seio da
sociedade civil e na esfera política estatal, através de sua mobilização e ação
política contundente. Conquistando hegemonia democrática, têm capacidade de gerar
um virtuoso processo de transformações, como a própria história tem demonstrado
de algum modo.
O fato inconteste a registrar aqui é a reconhecida multiplicação
de identidades e vozes de cidadania ativa nesta etapa histórica de hegemonia
capitalista neoliberal. Alguns movimentos são memoráveis pelo impacto no seio
da sociedade civil mundial com desdobramentos na esfera política estatal. Não
cabe aqui mapear tudo, pois o foco central é onde nós, cidadanias ativas
brasileiras, nos situamos num processo que também é de mundialização da questão
cidadã. Basta lembrar aqui o profundo significado do levante dos indígenas de Chiapas,
do México, nos anos 1990, por exemplo. Ele ganhou enorme legitimidade política
cidadã e levou a constatar a enorme diversidade e inspiração que os povos originários
pelo mundo inteiro significam como forças cidadãs capazes de apontar rumos e
transformações necessárias a partir de suas visões de como viver e conviver,
entre si e com a natureza. Na região da América Latina, por exemplo, ressurge
com vigor algo que sempre esteve presente, o “Bien Vivir” e a “Pachamama”, mas
até então pouco conhecido e valorizado fora da região e, pior, nem visível para
o grande público. Foi obra de movimentos de povos indígenas andinos a conquista
do princípio constitucional da pluralidade nacional na Bolívia e no Equador. No
Equador, também foi conquistado, pela primeira vez no mundo, o reconhecimento
dos direitos da Mãe Terra. Versão que
dialoga com o Bem Viver da América Latina é o “Ubuntu” da África. Existem
muitas outras, em diferentes partes do mundo, com a mesma raiz e capacidade
inspiradora para cidadanias ativas. O fato é que nossos indígenas e povos
originários, em geral, tem muito a nos ensinar com sua sabedoria histórica
sobre os desafios e crises do presente.
Cabe destacar ainda, sem entrar em detalhes, o vigor dos
movimentos contra o racismo estrutural e a xenofobia – modalidade atual de
expansão do racismo sobre grupos étnicos, culturais e religiosos, em especial.
O racismo aponta para relações estruturantes do capitalismo desde sempre, com o
colonialismo e o racismo ainda vigente hoje enquanto lógica de exploração e
legitimação. Do mesmo modo, os movimentos feministas e LGBTQIA+, com poder e
legitimidade de contestação da ordem moralista e dominação violenta existente,
estão nos mostrando quanto o patriarcalismo é fundamental para o capitalismo
machista que nos explora e domina e que contamina a nós mesmos, nossos lares e
famílias, territórios, em todo mundo.
Um aspecto que merece ser lembrado aqui e que ainda nós
mesmos, cidadanias ativas, não analisamos na profundidade que merece, é o lugar
do movimento sindical e das classes operárias neste capitalismo de
especuladores. O certo é que os movimentos sindicais foram centrais desde o
nascimento do capitalismo industrial e tiveram durante o século 19 e ao largo
do século 20 um papel protagonista, conquistando legitimidade diretiva entre os
dominados e explorados pelo capitalismo, nos países centrais do Norte Global. Mas isto
aconteceu também no Sul Global, de forma
mais tardia, como bem demonstra o exemplo do Brasil, entre os países chamados
“subdesenvolvidos”. O fato é que hoje ganhou legitimidade uma concepção mais
abrangente e includente de trabalhadores e trabalhadoras, todos os e as que
vivem de trabalho, tanto operários, como assalariados de todo tipo, uberizados,
informais e com trabalho autônomo, camponeses sem terra e com terra,
quilombolas, pescadores, etc. Uma concepção fundada no trabalho acabou sendo
muito estratégica e ampla e está ajudando a processar isto de forma virtuosa.
Novamente lembro as exemplares trajetórias dos movimentos MST e do MTST, no
Brasil. A tarefa política de construção
de coalizões e blocos políticos da diversidade no interior das classes
trabalhadores pode ser difícil, mas ela
está no nosso próprio seio, de cidadanias ativas. Já acontece.
O fato é que as cidadanias ativas estiveram, de algum modo,
sempre presentes e com vigor nestes anos todos do neoliberalismo, desde a sua
consolidação como hegemonia capitalista nos anos 80 do século passado. Lembro
aqui as mobilizações em torno ao ciclo de conferências da ONU nos anos 90, as
reuniões do G7 desde a sua origem, os eventos do BM e FMI, que impuseram as
políticas de liberação comercial e ajuste estrutural, e os encontros da OMC, desde seu nascedouro.
Destaco aqui a memorável “tomada da praça” pelos manifestantes do mundo inteiro
contra as negociações da OMC em Seattle, nos EUA, em 1999, que levou à sua
interrupção. No processo, lembro aqui a formação da Via Campesina, uma das
maiores, mais abrangentes e inspiradoras redes mundiais de campesinos e
pescadores na atualidade. Para nós da América Latina, cabe lembrar a pressão
feita pelas cidadanias nas ruas de diferentes países que levou ao fim do
projeto da ALCA de Clinton. Muito inspiradores e renovadores foram o “Occupy
Wall Street, nos EUA, o “M15” na Espanha, a “Primavera Árabe”, entre tantas
outras mobilizações. Recentemente, as feministas e os movimentos negros tem se
destacado no cenário político como poderosas expressões de cidadania ativa em
vários países.
Cabe ainda lembrar a memorável conquista do movimento
antiapartheid na África do Sul sob liderança de Mandela. Também cabe aí a onda
de governantes progressistas de esquerda que as cidadanias ativas criaram em
vários países da América Latina no começo do século 20.
Um destaque especial merece o Fórum Social Mundial (FSM).
Surgiu em 2001, no Brasil, como uma novidade no contexto da globalização
neoliberal. Com o mote mobilizador de “outro mundo é possível”, o FSM
galvanizou as crescentes mobilizações e lutas pelo mundo que contestavam o FEM
de Davos, o BM, o FMI, a OMC, o G7, o OCDE, os rumos da EU, a dívida externa
dos países do Sul Global. Enfim, a ordem neoliberal mundial, com o seu desmonte
de políticas e de conquistas de direitos em nome da ditadura do mercado, esteve
no centro dos diálogos e debates do FSM. Foi surpreendente como o ele conseguiu
crescer e se expandir por vários países, com eventos mundiais, regionais, nacionais,
locais e temáticos. O FSM se autodefiniu como espaço aberto, para incluir a
diversidade de cidadanias ativas do mundo, mas se negou a assumir um papel de
ator político para denunciar os processos e mazelas do neoliberalismo e poder
disputar politicamente outras visões e propostas para o mundo. A perda total de
vitalidade do FSM, com o correr dos
anos, demonstra por si a grande autoderrota que nos infringimos como cidadanias
ativas frente ao neoliberalismo, sua arrogância, seus paraísos fiscais e suas
crises, cada vez maiores. Pior ainda foi perdermos capacidade de ação diante
das emergências sociais e climáticas que precisam ser enfrentadas por nós, acima de tudo. Os conglomerados econômicos,
financeiros e os governos estatais manietados por eles não aceitam assumir a sua
responsabilidade pelos processos e injustiças ecossociais que produzem.
É neste caldo social e político que voltou a crescer o
fascismo, como proposta de direitas em escala mundial. Essencialmente, fora o
surpreendente ativismo nas redes e nas ruas, e os sucessos eleitorais que vem
conquistando, o “neofascismo” tem pouco de novo e muito do velho fascismo em suas
concepções. As suas propostas vão no sentido de radicalizar o neoliberalismo para
poucos, fazendo ajustes com perspectiva autoritária, nacionalista e moral, em
nome de “Deus, Pátria e Família”, para beneficiar os “bons” e eliminar os “maus
e indesejáveis”. Isto implica em impor um “ajuste político pela exclusão social”,
pura e simples, das amplas maiorias “indesejáveis”: pobres, indígenas, negros,
migrantes, diferentes, fracassados e opositores.
Para isto, no caso do Brasil, o governo assumiu como sua
tarefa prioritária o incentivo a toda forma de violência contra todos a serem
excluídos, com rearmamento individual, com legitimação de milícias e policias
violentas, racistas e assassinas. As propostas vem enlatadas num moralismo vulgar
e excludente, em nome dos considerados “bons e dignos”. Atacam o sistema
educacional e a cultura, bens públicos que valorizam e ganham com a diversidade
do que somos como povo. Ao mesmo tempo, radicalizam o ajuste econômico neoliberal, atendendo zelosamente as demandas do
“mercado”, reduzindo tudo que é considerado gasto social com saúde, combate à
fome e miséria e o cuidado em geral. Suas propostas de políticas públicas vão
no sentido de favorecer institucional e individualmente aos que buscam acima de
tudo o seu interesse econômico e se mostrarem capazes de ter sucesso, mesmo que
seja ao arrepio das leis regulatórias. Proposta fascista, como praticado pelo
governo passado no Brasil, privilegia em particular os extrativismos de todo
tipo, mineral, petroleiro e agrícola, para os exploradores dos recursos
naturais, incentivado “a boiada passar” a pau e fogo, segundo a expressão do
ministro do meio ambiente. No seu rasto fica a conquista e desmatamento de
terras, a grilagem, a contaminação de rios, a agressão exterminadora de povos
indígenas, quilombolas, pescadores.
O núcleo da direita fascista brasileiro, pelo tamanho
populacional e territorial do país, se tornou um dos mais estratégicos para a
onda de direita que vem crescendo no
mundo. A situação política com Lula presidente é desafiante, mas também de
esperança, o que nunca é pouca coisa. Infligimos uma derrota eleitoral de
contenção ao fascismo. Mas ele está presente no seio da sociedade civil
brasileira. O fato é que temos que enfrentar imediatamente o fascismo, sem
perder a visão estratégica fundamental do combate ao neoliberalismo, que o
gestou e até foi o mais beneficiado pelo desmonte democrático, violência,
destruição e morte que infringiu ao Brasil como um todo. Isto sem contar as
nossas heranças históricas do colonialismo e do racismo reativados, que tem
raízes estruturais profundas do que somos como país, com chagas ecossociais visíveis
nos territórios humanos, urbanos e rurais, do presente.
A busca de democracia ecossocial transformadora como
referência política é para nos dar maior potência a nós mesmos, cidadanias
ativas, diante dos desafios e transformações que precisam ser empreendidas pelo
Estado. Aqui devemos considerar primeiro aquelas ações ecossociais emergenciais,
que não podem esperar, como o combate à fome, à violência e ao racismo de todo
tipo, o desmatamento e destruição ecológica, especialmente de territórios
indígenas e ares de conservação, a contenção legal e penal dos responsáveis
pelos desmontes feitos pelo governo fascista. Mas isto precisa ser feito com uma
estratégia que vá abrindo o caminho para construir outro Brasil possível, num
horizonte que vai se ampliando a cada dia, mais resiliente ecossocialmente e
democraticamente, território bom para nós e gerações futuras, sem exclusões,
assim como para o planeta e para a humanidade. Nunca podemos esquecer as
contradições sociais e forças poderosas e muito ativas que temos pela frente.